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Sociologia

A socialização e a cultura em Émile Durkeim e Bourdie

Noção de socialização para o pensamento de Emile Durkheim: abordar o indivíduo atrelado à sociedade. Uma íntima concordância do sujeito enquanto agente de recepção e assimilação de conteúdos advindos da sociedade. Conforme Durkheim, o indivíduo tem sua particularidade individual e coletiva, é um ser social que se organiza em grupos.

O ser humano é um ser social a partir da acumulação de saberes úteis para a sua convivência coletiva. A partir de elementos importantes em sua própria natureza, isto é, detentor de uma consciência, razão, linguagem, a priori. Desse modo, a integração social se constitui a partir de um controle social determinado pela lei, disciplina, regras pré-existentes e pré-estabelecidas. Na sociedade, o indivíduo depende inteiramente do controle social, pois ele é desprovido de uma condição social, de uma personalidade e subjetividade, antes de integrar o meio social. O indivíduo é uma agente a-social e egoísta que possibilita a socialização e integração social na coletividade, sem antes desprover de sua “individualidade”.

A socialização se dá por meio de um condicionamento do sujeito por meio de crenças, valores, costumes, regras a serem obedecidas e vividas. A sociedade transmite conteúdos e leis que formam a personalidade e subjetividade do indivíduo. E, nesse processo, existem duas instituições fundamentais para construção do ser social: a escola e a família. A escola oferece a socialização por meio de informação, saberes, orientação capazes de desenvolver e aperfeiçoar o sujeito para a civilidade, liberdade, integridade. Já a família, as regras disciplinares, lei, afeto, costumes e crenças.

Portanto, o princípio de socialização para Durkheim está diretamente associado com a transmissão e formação de uma identidade a partir de uma perspectiva externa que condiciona o indivíduo e nele internaliza valores que suscita a dinâmica do ser social.

Já a noção de socialização apresentada por Bourdieu toma como destaque a reprodução social do sujeito presente na sociedade.

Bourdieu traz elementos muitos parecidos com os de Durkheim, mas afasta-se dele em alguns pontos. Sua visão de controle social a partir de regras e lei impostas pela sociedade são hereditárias e objetivas na reprodução de habitus para com a sociedade. Para Bourdieu sua concepção de socialização é dirigida a uma objetivação e dependência do processo de socialização. O indivíduo traz disposições muito fortes de reproduzir uma atividade a partir da sua participação e interação em determinado grupo social, seja a família, escola, em virtude do patrimônio cultural, econômico, social, político que tenha apropriado.

A atuação do indivíduo e sua escolha no processo de decisão são nulas. Ele sente-se dominado, condicionado por valores internos que foram internalizados, os quais passam a ser reproduzidos na sociedade. Conforme Bourdieu, os hábitos, o campo passa ser decisivo na configuração da escolha do sujeito. O indivíduo é treinado para reproduzir e alcançar objetivos pré-determinados. E esse treino já é diferenciado entre os sujeitos em virtude das desigualdades entre eles, e assim, há uma maior possibilidade de ascensão social uma vez que, os mais favorecidos são os que têm maiores capitais culturais que suscitam a dominação.
A cultura, conforme o pensamento de Emile Durkheim, é exterior ao indivíduo. Todo o conhecimento e aprendizagem adquiridos no decorrer de sua vida consistem em uma estrutura coercitiva ao indivíduo. Esta o desenvolve para uma educação, a qual o constrói, aperfeiçoa e fortalece sua personalidade e subjetividade, isto é, o seu ser social. Assim, podem-se elencar duas instituições fundamentais nesse processo: a escola e a família. Ambas são como dois pilares da formação psíquica, física, e moral do indivíduo. A escola como transmissora de conhecimentos, aprendizagens, informações úteis ao indivíduo, é detentora de valores, da moral, dos costumes que aos poucos são interiorizados e objetivamente formados por meio da educação. Por conseguinte, o indivíduo é condicionado no processo de aprendizagem, a tal ponto de compreender as realidades humanas e sociais como naturais.

A Educação, define-a Durkheim:

“ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social: tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto, e pelo meio especial que a criança, particularmente, se destine”. (JACINTHO SETTON)

“A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine”. (ÉMILE DURKHEIM, 1995)

Enquanto a família é uma instituição que tem objetivo de passar valores humanos, afetivos, e assim fortalecer uma formação integral e global para com o indivíduo. Contudo, escola e família trazem o mesmo objetivo: integrar os valores fundamentais de compromisso com a sociedade a qual estão inseridos. E, assim, desenvolver a personalidade e subjetividade do indivíduo. “Na verdade, o homem não é humano senão porque vive em sociedade”.

Conforme Durkheim, a constituição de um ser social estaria totalmente condicionada ao estabelecimento de uma ordem coletiva, em que se encontraria uma perfeita harmonia entre estímulos externos, objetivos e materializados em valores da coletividade.

Portanto, a cultura e a educação em Émile Durkheim estão intimamente relacionados à perspectiva da formação do indivíduo presente na sociedade. A sociedade o atinge por meio de um controle social, que internaliza valores essenciais que devem ser vividos, assimilados e reproduzidos no convivo social. Pois, para Durkheim, retirados os valores impostos pela sociedade, a subjetividade e a personalidade do homem o reduziriam a um animal irracional conduzido segundo as próprias paixões.

Conforme a cultura e a educação para Bourdieu, o indivíduo não é constituído de liberdade para as suas escolhas na sociedade. Ele apenas reproduz uma lógica de hábitos e disposições que objetivam sua trajetória de vida. Assim, suas escolhas constituem um mero proceder segundo as condições exteriores produzidas pela sociedade onde o indivíduo está inserido. Ela acentua a determinação, objetivação, dependência dos indivíduos no âmbito de suas escolhas.

A educação é fundamental para determinar a função social do indivíduo, uma vez que ele reproduz o sistema social que determina e objetiva o próprio ser social. Para Bourdieu, existe uma realidade a priori de desigualdade entre os indivíduos. E essa desigualdade está presente entre dominador e dominado, aparecendo de forma acentuada na reprodução social. Quanto à perspectiva cultural, existe uma herança genética no sujeito, a partir da assimilação de valores, crenças, hábitos que são transmitidos e assim reproduzidos na sociedade.

Por conseguinte, “[...] capitais herdados ao longo da socialização familiar [...] estabeleceriam uma hierarquia prática (e tática), que orientaria sistematicamente as escolhas das alternativas, conferindo significado e induzindo escolhas ou preferências”. (CARVALHO, 2006). O indivíduo traz a priori disposição de reprodução para determinar o campo social cuja ascensão vai depender do patrimônio cultural, social, econômico do qual se tenha originado.

Existe uma relação fundamental entre família e escola em Bourdieu. Uma incorporação das disposições no que toca a habitus e campos. O campo, objetivamente marcado por um conjuntura individual e coletiva, estabelece uma relação de dependência a suas disposições.

Nesse autor, percebe-se a visão de uma educação incapaz de formar sujeitos igualitários, autônomos, críticos e livres, justamente porque existe uma classe social diferente, e os sujeitos são sui generis, uma vez que pertencem a uma categoria social diferenciada pela própria dinâmica cultural, econômica, política, logo, gerando uma realidade de discordância na própria gênese do ser humano.

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